Sobre la categoría Experimental

A categoria experimental é sem dúvida uma das mais peculiares da mostra. Nela se encontram aqueles projetos que buscam explorar conceito e forma através do padrão tipográfico sem necessariamente resultar em algo com utilidade prática, legível ou até mesmo compreensível.

Com características tão amplas e subjetivas como essas, avaliar os projetos não foi fácil.
O que faz uma experimentação ser mais válida ou representativa que outra? Quanto do resultado estético influenciaria na decisão? O resultado estético deveria influenciar na seleção? Enquanto apreciávamos os projetos essas perguntas eram constantemente evocadas e norteavam a discussão.

Dos 108 trabalhos enviados apenas oito foram selecionados. Seis podem ser classificados como experimentos sobre padrões visuais de culturas locais ou personagens mitológicos (Ena & Ena Kuei, Pájaros Andinos, Tipoglifo, Tipografia Amaru Creador, Waka) e dois como inspiração a partir dos trabalhos de outros artistas (Leon Regular, Zezão) – além da fonte Yoshimi, que é um projeto de letras ilustradas.

Os selecionados representam, de certa forma, o que foi identificado como mais válido e representativo. Ficou claro que mesmo com a definição da categoria nas Bases*, orientando para investigações formalmente mais radicais e processualmente mais originais, "experimento tipográfico" foi compreendido das mais variadas maneiras, até como explorações sutis com serifas, proporções e modulações de contraste.

Ao final, fica o registro de que há um interesse muito grande e compartilhado por resgatar ou seguir a pesquisa da cultura visual local. Por outro lado, percebi pouco interesse na exploração da forma em si e do fazer tipográfico – algo que gostaria de ter visto mais.

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• "tipos com foco na experimentação e no processo de design, cujo resultado final pode contemplar ou não a legibilidade — dado que investigação formal e experimentação são aspectos mais importantes"

Gustavo Soares

Comunicador social, mestre em Information Design pela University of Reading, Reino Unido, e mestre em Type and Media pela Koninklijke Academie van Beeldende Kunsten (KABK), Holanda. Foi professor dos programas de mestrado e pós-graduação do Istituto Europeo di Design (IED), São Paulo, Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), Faculdade Boa Viagem (FBV), Recife, e Faculdade Ávila, Goiânia. Atua como designer, consultor e gerente de projetos por sua consultoria TTID Type, Typography & Information Design. Coordenou o projeto de sinalização para o Grupo EBX, enquanto parte da equipe Tátil DEsign de Ideias, foi consultor para o projeto de sinalização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e também consultor para o desenho da fonte oficial dos Jogos.